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Refletindo sobre Deus

Foto do escritor: Lilian Carla JesusLilian Carla Jesus




O Livro dos Espíritos tem como primeira pergunta "Que é Deus?" e a resposta fornecida pelos Espíritos não poderia ser mais clara: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” A partir daí, Allan Kardec começa seu primeiro capítulo com várias perguntas direcionadas aos Espíritos comunicantes por meio de diferentes médiuns.


Discorrendo um pouco sobre o assunto, a resposta fornecida a esta primeira pergunta está de encontro com a lógica já que Deus, sendo a inteligência suprema nada nem ninguém pode lhe ser superior e sendo Ele a causa primária de todas as coisas é Ele, portanto, o criador de tudo o que existe no universo, não havendo a possibilidade dele ter sido criado, posto que ele mesmo é a causa de tudo, não sendo, como consequência, o efeito de coisa alguma.


Certo, mas alguém pode questionar: Mas o Universo se iniciou por meio do Big Bang, certo? Resposta: realmente ao que as pesquisas indicam, o Big Bang ocorreu, a questão é que o fato do Big Bang ter ocorrido em nada muda o fato de Deus existir. Ocorre que ainda não se sabe o que havia antes do Big Bang, e que apesar das teorias ainda falta a comprovação científica, que mesmo quando vier ainda assim não vai excluir Deus da equação, posto que conforme os próprios Espíritos disseram a Kardec, por mais logremos o início das coisas cada vez mais para longe, haverá um momento em que a única opção será Deus.

Sobre a questão da existência de Deus Kardec, no livro A Gênese, traz uma comparação bastante inteligente relacionada ao axioma de que não há efeito sem causa, fazendo uma comparação com Deus e um criador de um relógio:


"Um pêndulo se move com automática regularidade e é nessa regularidade que lhe está o mérito. É toda material a força que o faz mover-se e nada tem de inteligente. Mas, que seria esse pêndulo, se uma inteligência não houvesse combinado, calculado, distribuído o emprego daquela força, para fazê-lo andar com precisão? Do fato de não estar a inteligência no mecanismo do pêndulo e do de que ninguém a vê, seria racional deduzir-se que ela não existe? Apreciamo-la pelos seus efeitos. A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; a engenhosidade do mecanismo lhe atesta a inteligência e o saber. Quando um relógio vos dá, no momento preciso, a indicação de que necessitais, já vos terá vindo à mente dizer: aí está um relógio bem inteligente?"


Temos então que "Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras".


Falando um pouco sobre a Natureza Divina, Deus, para realmente ser superior a tudo e todos, deve estar isento de toda e qualquer imperfeição, possuindo em grau supremo todas as perfeições e, por uma questão de lógica Deus deve possuir os seguintes atributos:


· Deus é a suprema e soberana inteligência: A inteligência de Deus necessariamente necessita ser infinita, posto que se não fosse, outro ser poderia lhe ser mais inteligente e assim por diante até o infinito.


· Deus é eterno: Ou seja, não teve um começo e não terá um fim. Isso porque se Deus tivesse tido um começo Ele teria surgido do nada e o nada não sendo coisa alguma, nada pode produzir.


· Deus é imutável: Caso Deus se sujeitasse à mudanças, nenhuma estabilidade teriam as Leis que regem o universo.


· Deus é imaterial: Se Deus fosse feito da mesma matéria que nós ou de qualquer outra que sofre com transformações ou degradações ele não seria imutável.



(Por lógica Deus não pode ser constituído da mesma matéria de nossos corpos ou Espíritos)


Não é fácil para nós imaginarmos Deus como sendo imaterial, até porque estamos muito acostumados (desde a antiguidade) a produzirmos uma imagem humana de Deus. Além disso, quase tudo o que conseguimos captar com os nossos sentidos ou com o uso da tecnologia é composto da mesma matéria que a nossa, ou seja, de prótons, neutros e elétrons. Esse fato torna ainda mais penoso pensar em algo completamente diferente. Temos também que considerar que nem mesmo o Espírito (a Inteligência que governa o corpo físico e sobrevive à morte deste) é composto por um tipo de matéria diferente das que conhecemos hoje. Temos portanto, o seguinte esquema: Deus não é espírito e nem matéria; a matéria não é Deus e não é espírito; e o espírito também não é Deus e também não é matéria.





· Deus é onipotente: caso não possuísse o poder supremo, outro ser poderia tê-lo e este sim seria Deus.


· Deus é soberanamente justo e bom. Como Deus deve possuir todas as perfeições em grau absoluto, Deus não pode ser nem mal e nem injusto, já que, neste caso, Ele deixaria de ser perfeito nas virtudes da justiça e da bondade e possuindo características boas e más ele não seria perfeito em nada e alguém que o fosse, esse sim seria Deus. Além disso, caso Deus possuísse características boas e más, toda a criação estaria sujeita aos seus caprichos e nenhuma estabilidade haveria no universo.


· Deus é infinitamente perfeito: Conforme o livro A Gênese "É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo".


· Deus é único: o fato de Deus ser único é fruto do fato de Deus possuir ao máximo todas as perfeições, não sendo possível ninguém ser superior a Ele ou até mesmo igual, mesmo porque, caso houvesse outro Deus igual a Deus e com todos os seus atributos, ambos, na verdade, acabariam por ser um só.


E nós, seres humanos, poderemos um dia sermos iguais a Deus? De acordo com os atributos de Deus não, e não há a menor possibilidade disso. Se um pedacinho de Deus pudesse ser colocado em um frasco de laboratório, esse pedacinho conteria todos os seus atributos, ou seja, todas as suas perfeições, e se o comparássemos a um outro frasco qualquer com o pedacinho da essência de alguém, por melhor que fosse esse alguém, não lhe seria igual já que esse alguém não seria imaterial, eterno, imutável e assim por diante.

E existe a possibilidade de haver algum ser que lhe seja o oposto, ou seja que seja absolutamente mal?


Já pela lógica conclui-se que não, porque sendo Deus o criador de tudo e sendo perfeito em tudo ele jamais poderia ter cometido o erro de criar alguém fadado ao mal por toda a eternidade e que iria ficar competindo pelo poder e pelo controle das coisas igualmente por toda eternidade. Ou seja, a ideia da existência de uma força demoníaca, de um diabo ou coisas do gênero é falsa. Todo o mal que se verifica em nosso planeta é apenas fruto da imperfeição dos seres que o habitam e que está fadado a desaparecer com o decorrer da evolução das criaturas. Cabe lembrar que todos fomos criados simples e ignorantes para nos desenvolvermos por meio do nosso próprio esforço e que somos regidos, entre outras Leis, pela Lei da Ação e Reação. Ninguém foi criado para estar fadado ao mal. Fomos criados por e para o Amor.


O fato de Deus ser único e perfeito em tudo também exclui a possibilidade da criação de seres perfeitos desde seu surgimento. Ou seja, a ideia de Deus ter criado anjos (perfeitos e felizes desde sempre) e humanos (que necessitam de tempo para evoluir e ser feliz) também é errada, pois Deus não poderia cometer tamanha injustiça. A Doutrina Espírita nos ensina que os anjos nada mais são do que Espíritos que alcançaram um alto grau de evolução pelo seu próprio esforço, mas que foram criados simples e ignorantes como todo mundo.


Considerando então todos os atributos de Deus e a reflexão realizada até o momento, podemos pensar em Deus como sendo um Pai de amor e bondade tal como relatado por Jesus.

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